Olá de novo.
O Sr. Duarte falou que tínhamos estado em França.
Sim, confirmamos.
Devíamos ter uns 22 anos, nós, a Gertrudes e a Maria resolvemos emigrar.
Fomos para "consiérges" , quer dizer porteiras. Eu num prédio de vários andares e a Maria no prédio em frente,
Sempre fomos e continuamos a ser aventureiras.
France Paris l`Amour.
Já esquecemos como se escreve francês, aliás nunca aprendemos, mas recordamos umas coisas.
Aos domingos passávamos o dia uma com a outra. Nós até não somos de intrigas, mas ela contava o que se passava no prédio dela e eu no meu.
Enquanto comíamos uma "baguete" ou um "croissant" com um copo de vinho tinto lá íamos pondo as notícias em dia.
De dia os prédios estavam quase vazios, mas à noite aqueciam.
Casais novos , que em vez de descansarem à noite, andavam na brincadeira.
Tínhamos como missão fazer a limpeza de alguns quartos e dava-se pelo "fórró".
Nós as duas ainda a "pão e água". Não sabíamos a língua, mas por gestos lá nos íamos orientando. começámos a sair à noite e frequentando alguns bares. Estão a ver a gente com a aquela idade a entrar num bar ?.
Aprendemos umas palavras e a contar e em francês tem mais graça. sessenta e sete, sessenta e oito, "vive la France, setenta.
Aquela gente bebia uns copos e só queria "brincadeira". Atendendo à nossa educação "espartana" no Alentejo, não facilitámos. A próxima folga seria daí uma semana e caímos em pecado faltava um minuto para a meia noite desse domingo.
Ai meninos, na segunda feira foi uma confusão. Só queríamos era que a semana passasse depressa.
beijinhos
